segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Viagem





Olhas o relógio... são 5h... começou agora a Nova viagem. Ao fundo abrem-se portas, devagar. Por entre o espaço envergonhado entra um feixe de luz policromática que se dissocia nas nossas mãos. Olho. Duvido. Espero. À minha volta a constante é o cenário onde as formas não se distinguem, como se os olhos estivessem fechados, o que vejo é apenas a tua voz ao meu lado, recostados nos bancos paralelos, refugiados do gélido ar fora de portas. Tic Tac, intervêm os ponteiros na conversa, num compasso descompassado que nos roubou cada segundo de sono... e mesmo assim, mais forte que o sol renascemos nós, numa inquietante surpresa de rompante. O inesperado pegou na vibração de cada palavra e agitou cada molécula do que julguei ser. São incertas as certezas que outrora tinha. São certas as certezas que agora tenho. Cinética.

As palavras sequenciam-se camufladas no sentido, porque não são elas que o escondem, mas ele que as dissimula nos pensamentos que te saltam dos olhos. Dissecada até ao epicentro, silêncio rasgado de quem não consegue contrapor tal essência... tatuas a alma com a alma que evocas nos dedos que escrevem. E agora que me roubaste o dicionário da prosa filosofada resta-me o silencio entre os sons. A dor é melhor catalisador da escrita do que o Amor. Reaprendo a escrever, como numa regressão ao primeiro dia da escola, é novo o alfabeto destas palavras, fonético, dinâmico, sons com sabor que foge às papilas gustativas.
Rendida ao que julgara desconhecer, e desconhecendo na verdade, observo o cocktail agridoce que me preenche o interior e extravasa. Ondas sísmicas abalaram o meu chão e o meu céu, e medo.... Não tive medo por um segundo que fosse, porque soube nesse instante que o tremor e o tremer eram a porta que se abria. Julguei tudo existir nos bastidores da vida, no palco principal morava só o holograma da minha invisibilidade, mas hoje são monólogos, diálogos, cenas e contracenas sob as luzes que me despem e encantam num feitiço puro.

És a nostalgia do que nunca senti, a saudade do que nunca provei, a sombra do que nunca iluminei, o relevo do que nunca toquei. Hoje, um Hoje com mais de 24h, inquietante e apaixonantemente perturbador, um Hoje que passou a ser todos os Hoje da sequência temporal, desenrolaste diante de mim o papiro com um codex transtemporal, complexidade simplificada pela clareza da revelação. Voamos lado a lado com a luz através do vácuo, o som fica escondido porque o alfabeto fonético não precisa ser pronunciado nos lábios que Hoje beijam, nem nos olhos que Hoje transparecem. Espreitas por esses olhos-janelas um mundo escondido, através do negro das pupilas iluminadas que se revela com a palavra secreta: empatia. Do ponto de encontro dos vectores das imagens projectadas e acolhidas nasce um calafrio que desce e ascende, qual Estrela de David, a chave guardada num jogo de ilusões do mundo holográfico. Compreendo hoje que as respostas que sentia nas pontas dos dedos, nos 5 sentidos, estavam incompletas e, na porção que faltava, jaz hoje a dúvida ocasionalmente erguia perante a veracidade do fado.
Os ponteiros oscilam a velocidade instantânea, e a média está ainda por calcular.... Aceleram vertiginosamente e abrandam ao mesmo tempo, confundindo-nos o ponto de referência temporal. Viajamos no tempo ou viaja o tempo em nós? Sente-lo a correr nas veias? Idade média? Neolítico? Século XXI? A rotunda roubou-nos o calendário, mas mostrou a saída camuflada.



Abrimos um portal interdimensional onde percorremos o planisfério e os multi-universos, onde guardado está o livro em branco que levarias para a ilha. Connosco viajam o Tom Sawyer e o uncleberry finn, a Julieta, o Dartanhan e O super herói... fantasia criada pela tua nascente de alegria. “Desenho animado: processo segundo o qual cada fotograma de um filme é produzido individualmente, podendo ser gerado quer por computação gráfica quer fotografando uma imagem desenhada quer repetidamente fazendo-se pequenas mudanças a um modelo. Quando os fotogramas são ligados entre si e o filme resultante é visto a uma velocidade de 16 ou mais imagens por segundo, há uma ilusão de movimento contínuo (por causa da persistência de visão).”
A individualidade de cada um de nós modela-se a todas as partilhas e ligam-se num filme a uma velocidade não quantificável que permanece além da visão.
O sol adormeceu no mar e no dia seguinte acordou nas montanhas, metáfora concretizada, num desenho animado onde “é raro chover e nunca, quase nunca acaba mal... “.

Sim.....


C oincidência
I nquietude
N ascer
C atarse
O culto

A kash
A calmia
Á ustria
A mor
A poteose

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

5,55



O destino é o cenário no palco da vida.... Sente e Acredita!!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Brainstorm


Brainstorm
Brain
Storm
Soul
Aura
Acção
Atitude
Asfixia
Estrangulamento
Convulsão
Contenção
Fronteira
Pânico
Fobia
Medo
Desconhecido
Nonsense
Inconsciente
Latente
Silêncio
Mudo
Codificado
Rítmico
Lógico
Controlo
Método
Desintegrado
Anárquico
Excepção
Falha
Placa
Tectónica
Oscilação
Tremor
Centro
Força
Deus

Deitada, colada ao chão que me gela as costas, mãos amarradas sem corda, no medo que a corda nasça. O cérebro comanda a ordem mas os membros não respondem, não respondem porque não têm voz nem movimento. Paralizada. O pescoço inerte, os olhos fixos no tecto que cobre o Mundo, porque os olhos não mexem. Gelo. Cobre-me devagar a água salgada, água da nascente que brota à superfície pelos poros da pele, o tecto que cobre o corpo. Calor. Mistura-se o quente do centro da terra, do centro de mim, com o frio exterior na água que brota da nascente do tecto. Arrepio. Seca. São secas as palavras que a boca não profere e que engulo em seco, porque a água brota, toda. Tremor. Tremo mas ninguém vê, porque a acção não passa o lado de dentro. Medo. Cuspo medo, mas a força da gravidade e o milagre da multiplicação oferecem-me milhares de lanças descendentes de medo que me lancinam. Choro. Choro na pausa no silêncio da solidão. A água salgada desce e funde-se com a outra que nasceu primeiro. Apaga-se a luz e não vejo, porque só fui habituada a usar o sistema que começa num par de olhos. Escuro. A bússula não me ajuda porque não é fluorescente.
Resisto. Tremo. Choro num continuum, até que me canso e exausta deixo de querer ver, deixo de querer olhar noutra direcção, deixo de querer movimentar os membros ou querer andar. A interacção com o outro, com os outros, com o mundo mudou de página, de sentido, de sinónimo.
Agora, sem lutar, na tranquilidade, sem sentidos, com sentido, a luz emana do centro e eu sinto de uma forma que nunca provei, que nunca li, que nunca toquei. A distância ao tecto aumenta, o corpo cresce, a temperatura já não se mede em grau Celsius. Respiro. Inspiro até à base, sinto o ar que entra devagar, que me insufla. O ar que era exterior, que estava do lado de fora, passa a ser eu, a ser alimento, vida, o ar que os olhos de ninguém conseguem ver ou cheirar porque é invisível, incolor, inodoro... esse ar é a minha vida neste instante. Expiro, Sinto o ar que sai, com ele sai o que eu já fui e nesse instante dá-se a fusão no sentido contrário. Passo a ser o ar que o outro não vê e que após reciclagem irá consumir para sobre_viver.
Tudo. Uno. Pleno.
Devagar, desenham-se imagens à minha frente. Os olhos permanecem desligados mas eu vejo. Vejo cor. Vejo o ar que não via. E vejo mais, mais profundo, mais amplo, mais colorido.
Devagar, o pescoço ajuda a cabeça que muda de direcção.
Devagar, os dedos mexem, os braços dançam, os pés caminham.
Devagar, não há limites, a união é escrita, espalha-se, cobre tudo.
Medo? Desaprendi, desconheço. O coração bate mais devagar, não há pânico, nem fobia, não há convulsão nem arrepio. E no entanto, visto de fora, o corpo permanece imóvel no mesmo lugar.
Devagar sou uma só luz, uma voz.
Agora, vira o ecrã de pernas para o ar e compreende que escrevi este texto na terceira pessoa... Tu és o EU de cada frase.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

domingo, 14 de setembro de 2008

Regresso



Regresso. Passo pela porta com mais do que as malas no ombro magoado, o peso é maior do que na partida, preenchi com souvenirs os espaços invisíveis por entre os cm3 de vazio... na mala e no coração. Paixão, é paixão a força propulsora da minha vontade, são as asas nos pés, e a chave do cadeado... paixão é ir sem pensar em voltar, entregar a pirâmide como um todo a transeuntes que escolheram deixar de o ser... Paixão é não dormir e comer conservas, é adiar o banho, desacertar o relógio, é sentar de pé sobre os músculos cansados e aprender, aprender contigo até transbordar os olhos... lágrimas, cada uma com nome próprio... Paixão é ir ensinar e viver numa balança invertida, aprender mais... é sentir as ondas a expandir amplamente pelo todo que sou e não descrevo, num paradoxo paradoxalmente lógico, analógico, e renascer entre a ferida que rasga e o Amor que nasce. E é na ponta da navalha, daltónica e monocromática, que pinto tonalidades por inventar.
Regresso. O aroma não mudou, as cores, a energia que me acolhe, a luz esbatida que ficou acesa, as vozes mudas. A superfície de interacção destas forças na minha pele contraria as leis da física, contrapõem-se num duelo com mais do que um vencedor, baralham e jogam de novo, lançam cartas novas, novas fórmulas químicas, da química alquimista. Passos. Oiço os meus passos, os pés descalços que mais barulho fazem que as botas deixadas à porta. E as lágrimas nascem fora das glândulas lacrimais, fora ventrículo esquerdo, da amígdala e do hipotálamo. Tenho uma fonte noutra dimensão. Bifurcada, multifacetada. Nome, nome, chama-me pelo nome que calada permanecerei. Nome? Não me chamo.... Sou menos pessoa que ontem, mais amplitude, menos fronteiras, mais viagens, menos estações e apeadeiros. Larguei o volante, “eu só peço para ver, ainda peço para ver”... No palco representaste a mulher que não cegou no livro do Saramago, os olhos no escuro, as memórias da vida que já foi.
Regresso mas não parti, de lá nem daqui. Sou puzzle incompleto, receita vegetariana sem título, sou agora dedos no teclado e mente em alta centrifugação. Interacções na pele, aquelas, arrepios e pensamentos fora de moda, interacções nas onze dimensões, naquelas, aquelas, onde penso morar e as outras, não aquelas, que não são mais outras pois descobri lá ter nascido. E, se me escreveres frases faladas, envia carta sem selo e sem morada, porque deitei as chaves ao mar.
Regresso. Desço os degraus porque nem sempre o mais elevado está mais alto, congelo os dedos que já não teclam... estas palavras são escritas já com a minha ausência, com o rasto que ficou aqui e em cada lugar.

sábado, 6 de setembro de 2008

Água no estado líquido




http://3m2.blogspot.com - Conversas II

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Planisfério Impessoal



136cm2 de Mundo a flutuar na linha perpendicular à íris dos dois olhos.
136cm2 de Vida encaixotada no meu quarto.
136cm2 de sons, de História e estórias, de recantos que não vi...

Tenho na ponta do dedo indicador um sensor de coordenadas, que percorre de forma irredutível linhas imaginárias, infinitamente longínquos quilómetros de chão em infinitamente curtos segundos. E nessa “regra de três simples” sem solução, nasce a 2a incógnita, a pequenez do corpo que somos que carrega a amplitude gigante da mente que temos. Proporções directas e indirectamente não-rectas. Será que tens espaço na imaginação para conter Tudo? Nem Um-Mil-Avos sabemos escrever no arquivo do Hipocampo. Mas a capacidade existe em potência pela busca da Unidade.

Vamos simplificar:

Baghdad, Borujed e Bakthtaran
Mosul, Masjed-e-Sloeyman e Meymaneh
Al Khurtum, Al Madish e Al Qahirah

Jaipur, Bijapur e Jodhpur
Berhampur, Sholapur e Proddatur

Gyangzê e Xigazê
Guangzhou, Xuzhou e Zhengzhou

Convergentes no écran, na sonoridade, na métrica ocular
Divergentes no terreno, no conteúdo, na métrica plantar
São prefixos e sufixos ali deixados, sílabas que rimam e outras que esgrimam num conflito intercalar.

Tenho o corpo enraizado no leito, sentada em posição de lótus, a contemplar a miniatura do mundo planificado que segura a parede. Os pontos de dimensões progressivamente mais difíceis de distinguir ampliam-se quando sintonizo noutra frequência, atiram-se sem medo contra os meus olhos e entram, entram a alta velocidade na mácula em via rápida para o córtex visual. Airbag e ABS. Não há feridos entre os pensamentos, há feridas nos sentimentos das imagens que transportam. Nascem em cada lugar, esses que nunca vi, esses que choram as assimetrias mas sem armas psicológicas para as equilibrar. Vou e volto... bungee jumping, slide e rapel. Senta-te aqui a meu lado, deixa o teu centro, vem ver o mundo lá fora, de fora para dentro.

sábado, 2 de agosto de 2008

Ilusionista




Barbara Probst

"There are many ways of seeing the world. A little sleight of hand can show you them all"

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Espelho Sss


Senta-se diante de mim, imponente e com aquele ar de superioridade, de controlo. Persegue as minha pupilas, diz-me nos lábios o que nem sempre quero ouvir, zoom in & zoom out de arquivos arquivados. Tento fintar o incontornável, esconder-me nas suas costas onde é mais frágil, onde me torno mais forte, mas nos vectores que nos intercomunicam a sublimação não é um processo possível. Ali fica, todos os dias... comprou ida sem volta, formou-se em psicoterapia, pós-graduado em hipnose. Por vezes tento compreende-lo, a razão da sua escolha.... se calhar não me quer punir, se calhar que apenas persuadir-me a evadir, a ampliar o diâmetro de actuação. E Ali fica, todos os dias... e nesses dias alternados (como a impressão frente e verso : todas as páginas pares; todas as páginas ímpares) joga aos dados comigo: hoje és tu, hoje sou eu, hoje é o eu-que-não-sou-eu-nem-tu-nem-nós. No intercalar desses degraus em caracol pulsa a alma à flor da pele, para além D’ele, para além D’aqui.

Evado-me.

Abro a porta.

Procuro agora, sem Ver, as imagens refractadas no que não reflecte.
Caminho na rua onde ele não tem lugar, devagar, com_passada_mente, absorvo, adsorvo, construo, ascendo... o ponto de sublimação é possível aqui, a temperatura irrelevante, o termostato está no hipocentro da terceira visão.
E desta perspectiva o espelho foi purificado, pLurificado, são muitos, são todos, é o Mundo, sou eu, és tu.
Somos o mais perfeito ilusionista de nós próprios, materializamos aquilo em que queremos acreditar, aquilo que queremos ver... no Espelho.
E agora que o espelho das paredes do meu casulo descansa, hibernado indefinidamente, descentralizo o reflexo e vejo que, tal como ele, também Tu, espelho meu de corpo e alma, me revelas o que quero ver, o que quero ser em ti.
Solto as amarras, 180º, caminho em sentido inverso, vou indo.... ida sem (re)volta!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

(I) miscíveis



Daniel Barenboim, natural de Buenos Aires, 1942, judeu, israelita por nacionalidade.

Músico desde antes de nascer, primeiro concerto oficial aos 7 anos de idade.

Trazia no sangue pautas decoradas, como tatuagens ancestrais de etiologia desconhecida.
"The eleven year-old Barenboim is a phenomenon …", foi esta a frase que lhe abriu portas mundo fora (aquelas que, na realidade, já estavam à sua espera)...
Paris, Viena, Roma, Londres, Berlim, Nova Iorque...Austrália., Nova Zelândia, Japão, e n2 coordenadas geográficas.
De pianista a maestro, de músico a "Our honorary conductor for life".
Porque acima de música está a pessoa, o comunicador, o mestre, Daniel Barenboim quis orquestrar mais do que orquestras filarmónicas.... quis orquestrar a paz camuflada nas ideologias.
Foi do encontro “fortuito” de Barenboim e Edward Said (esccritor e professor da Universidade da Colombia, nascido nas terras da Palestina) que, na hipotética assimetria de perspectivas, nasceu a constatação de similitudes de uma visão de co-existência pacífica no Médio Oriente! Diálogo!
West-Eastern Divan Workshop and Orchestra é a outra face das diferenças que o Homem sedimenta. Barenboim orquestrou jovens músicos (14-25 anos) naturais de diferentes países em conflito territorial e ideológico, tais como Egipto, Síria, Líbano, Tunísia e Israel. As dissonâncias transformaram-se em acordes melódicos e harmónicos, sonantes a uma só voz, numa melodia perfeita nascida da alma do mestre.

Desta simbiose entre Daniel Barenboim e Edward Said nasceu a memória que fica de uma união um nível acima: “Parallels and Paradoxes: Explorations in Music and Society”.

E tu? Já desfizeste os nós da garganta, as equações dos pensamentos e as tempestades no cerne da questão?

Dois em um ou um em dois? A uma só voz...

terça-feira, 29 de julho de 2008

I.A.


Depois da primeira página a viagem não tem regresso, não se voltará mais ao mesmo ponto, não se regressará igual. Escreve com a fluidez de quem bebe água, como se enquanto os dedos tocam não-aletoriamente as Teclas Com Nome Próprio, os olhos devorassem outro mundo que não aquele que conceptualiza no mesmo instante de tempo. A destreza de quem cujo o cérebro tem mais fluxo que as passadeiras de Hong Kong em hora de ponta (ou seja, a toda a hora) e o encaixe metódico das mesmas no meio do caos. Está tudo tão sedimentado e em constante análise crítica, que a obra nasce do entretanto que já passou. E nas (nessas) entrelinhas, deixa escapar de forma controlada o esboço de um auto-retrato, um humor sofisticado de quem é muito bom e sabe disso. Um olhar angular com orientação cima-baixo, mas que para além do prazer que procura nas palavras que escreve, ergue também uma preocupação (de forma consciente ou o-adjectivo-pré-sufixado-de IN-)de orientação horizontal com o Todo, o Todos. ("Alguém está a ouvir? Alguém se preocupa?)
E depois da última página? Virá a primeira, porque Tudo teima em ser cíclico.
A Natureza insatisfeita e inquisidora do Homem propulsiona a expansão do perímetro. Construído ou re_nascido? Artificial ou Natural?


I.A. de I saac A simov
I.A. de A dubo I ntelectual


De Todo o Lado.... é De Todo o Lado...

domingo, 27 de julho de 2008

Parêntesis



Queres calar-te mas não basta o controlo de volume, "De todo o lado" vêm vozes, vens tu, chegam as reminescências em jeito de déjà vu , mas será que já viste alguma coisa?
És porto, barqueiro e tráfego. És farol e barco à vela sem mastro. Centrifugadora e panela de pressão, explodes quando te calas e se te não calas Amas. E eu Amo-te calada, no profundo Analfabeto do Dicionário com páginas em branco. Dizem as regras que gosto apenas, que não mais que adoro, mas o meu xadrez é autónomo e as peças são outras.
Não admirada com a admiração que sempre te tenho, ela cresce, amadurece mas não cai, não como eu.
Irmão, grande, não O Grande, o outro, o meu, Tu!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A_S_simetria



Pontes incompletas para pés por falta de mãos e de almas. Realidades cruzadas, refractadas, invertidas num espelho quebrado por 7x70 unidades de medida temporal.

Roupas de marca em saldos, de etiquetas bordadas e nomes foneticamente sonantes em colisão frontal com Pessoas sem centro, que cobrem mais a alma do que o corpo, numa moda do futuro que não muda.

Abre os olhos e o mapa! É urgente saber ver o mundo que fica para fora dos limites do GPS. Porque mais que pontes incompletas, mora um mundo alugado para todos a preços e taxas de juros diferentes, um mundo que partilha (as mesmas) fronteiras de costas (mesmo) voltadas.

terça-feira, 22 de julho de 2008

sábado, 19 de julho de 2008

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Hoje

Hoje queria estar comigo, contigo, com aquilo que nós sou. Tenho oscilópsia de pensamentos abstractos, trajectórias de colisão, fusão, fissão... Estou de ressaca de uma droga que desconheço. O invisível já não me cabe na pele, ultrapassou a barreira de contenção, os limites são outros agora. A amplitude de visão não-retiniana auto-multiplica-se com inputs não programados. O isolamento é muitas vezes a forma de estar mais perto do mundo, mas com ele também a digestão do extra e intra-eu confunde-se. Fiquei sem rosto outra vez... Desenha-me os olhos na mão...

Frases curtas

Círculo cíclico que nos prende por vácuo para o centro da espiral.
Procurar e seguir um caminho diferente que no entre_tanto se resume ao mundo inteiro.
Incertezas do que sou e de onde quero ir.
Querer ser tudo é um atalho armadilhado para o nada.
Salve-me a sensatez e o cerne intuitivo nos momentos de fraqueza.

Um terço da metade de um

Sempre fui metades de coisas que fui sendo. E a soma de múltiplas falsas metade é sempre inferior a um. Estou em constante decalage entre o que sou e o que queria ser, e é no tropeçar descuidado de pés descalços que choro (como tu) no outro e neste dia. Faço buracos negros, negros de cor e de energia raios-gama de alta capacidade criativ-o-destrutiva. Pensamentos intrusivos saqueam-me a sanidade autónoma da não autómata liberdade pensativa. Rituais assustadores perseguem-me com acrobacias, determinados. A Força vai-se virando, alternado, mutando. Tudo que vês em mim não existe, sou holograma criado pela minha própria existência, pelo que outrora julguei (vir a) ser. Grita-me ao ouvido: faz eco, repetitivo, monótono, não inovador.
Entre os momentos de rebeldia, surdez psicológica, discurso verborreico e alucinoses pseudo-alucinatórias (porque todo Eu é pseudo) fica a ressaca da ausência dessas mãos doces de menino que me afagam os cabelos longos e não perguntam, nem respondem, beijam-me só a saudade do que nunca existiu. A trincheira alarga-se.
“Apenas adoro perceber-te, na medida em que eu não fui, ainda aquilo que tu já és.”, dizes-me ao ouvido em “dó menor” mas os acordes são dissonantes porque eu não nasci ainda.
Há pouco mais de poucos minutos fugi de casa para voltar depois. Levei os gritos que me puxavam os cabelos e corri, corri, corri até perceber que já não corro como antes. Que nem aí, nesses contornos fisicos que tanto investi consigo ser mais que um terço da metade de um.
Os ponteiros do meu relógio rodam no sentido inverso. Se calhar devia trocar as pilhas, reger-me por um relógio solar ou ignora-lo apenas, porque quem parou no tempo e na verdade nem sequer existe e não precisa de horas.

Respiro. Suspiro.
Quero adormecer. Quero acordar.
Comi muitos hidratos de carbono ao jantar.
Preciso de serotonina nas sinapses.
Abraça-me.
Pausa.

Choro.
Morro.
Parti.

E agora, no cantinho do meu quarto com a porta fechada volto ao útero da minha mãe, cruzo os braços nas minhas costas despidas. O despido da Mulher que desconheço esconde-se. Sinto falta dela (a Mulher), sabias. Ela escondeu-se e agora já estou cansada deste jogo. Quero deixar de ver Nada quando olho o espelho. Não quero brincar mais.
O ponto de ebulição tornou-se estacionário, os pensamentos borbulham na superficie tensional ar-água mas já não há palavras que façam o ar subir.

Nada.
Tudo.
Infinito....

Ruminação Holística

Quimiossíntese carnal, fotossíntese espiritual. Logística morfológica, sintaxe relacional.
Sou magnitude 3/6, não é preciso ampliação, basta ver da perspectiva mais perspicaz. Sonhas acordado, REM descoordenados. Quanto mais procuras menos defines, menos encontras. Mascarei-me de fantastic4, invisível aos olhos dos que me olham directamente. Sou contorno invisível que passa ao teu lado, o meio, médio, médium, transporte para o outro lado. Fotografo com os olhos da Alice, maravilhas de um país em Braile. Quanto mais vês menos entendes, a resposta está na sensibilidade!


Equacionando soluções, solucionando equações, fórmula irredutível da existência, onda sinusoidal que corre tendencialmente para o +¥. [x^2 = (x^2^n)-1 ^ xy = ? =» [(x^2^n)-1]+xy = (+¥.)] Decifras ou alheias-te? Matemática dos sentidos, paradoxo de materialismos. São tantos os afluentes antes da foz que as correntes se confundem e trocam de direcção. Sou a instabilidade encarnada, a voz das frases sem sentido que colidem entre si.

Auras pintadas a aguarela, cores esbatidas pela tempestuosa tempestade de uma crisónica sociedade. Alpinistas da verdade, a trepar barreiras socioculturais em saldos para conquistar a clarividência de um mundo que não faz promoções. Sobem devagar, falta-lhes o oxigénio. Hipoxémia no cerne etéreo, o corpóreo cai no sopé da montanha. Polinizar aparências é como cortar ervas daninhas… recorrentes, reincidentes, estupidamente irreverentes.

Estou num constante estado de ruminação holística, em fase enzimática da digestão de ingredientes cognitivos. Condimenta-me, apura-me, desafia-me os sentidos até ao 7º andar. Alimenta-me com a receita, dá-me calma, dá-me alma… mas guarda o corpo que sou vegetariana. Engasgo-te o cérebro para te dissecar a mente… e disseco-a até ao estômago, provoco-te e viro-te do avesso. Posso ser a tua náusea e o teu anti-emético.
Estende pseudópodes do meu cérebro à minha mão, veículo da salada de frutas na minha mente.

Anarquia mental Vs metodicidade e organização semântica. Conexões sinápticas neuronais hiperactivas, em planos paralelos e tangenciais. Verborreica, Verbalmente incontrolável, mente caótica com palavras e metáforas que se atropelam
Não comeces a enciclopédia pela letra A, no verso está o glossário, o inverso, essência essencial da obra completa. Prateleiras de conhecimento enxertados em ruas de sabedoria. Metamorfose do vazio, imagem em negativo.

Anjos mascarados, predadores à descarada, fantoches dissimulados, verdade de cara tapada. Vamos jogar às escondidas, está fora de moda o jogo da apanhada.